6/07/2009

Um acordo que traz desconforto


O Novo Acordo Ortográfico assinado pelos países de Língua Portuguesa CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa)

No Brasil, as alterações atingem aproximadamente 0,5% das palavras, nos outros países, que adotam a ortografia de Portugal, o percentual é de 1,6%.
Em Portugal a maioria dos portugueses é contra a aplicação do acordo ortográfico e diz que não vai utilizar as novas normas, porém, apesar da rejeição dos portugueses, estes terão que se adaptar a partir do 1º semestre de 2010, segundo seu ministro da Cultura.
Antônio Houaiss**, estudioso da língua portuguesa, filólogo, enciclopedista, tradutor, crítico e diplomata, foi um dos linguistas que mais defendeu até o fim da vida a tese de que a ausência de uma ortografia oficial comum entre as nações lusofônicas trazia dificuldades linguísticas e políticas.
Com toda a certeza, os nossos avós e bisavós também devem ter ficado aborrecidíssimos quando farmácia deixou de ser escrito com 'ph'.
O certo é que como todas as outras coisas mudam, e muito por nossa influência, a gente também vai mudando a língua no dia a dia e depois reclamamos quando isto se torna oficial. Afinal, quanto tempo que informalmente deixamos de usar o trema?
É claro que a nova geração que será alfabetizada usando o Novo Acordo não irá reclamar. Portanto, creio que o motivo de tanta resistência e reclamação é porque nós, já alfabetizados, teremos que ler e estudar mais, prestar muito mais atenção como se escreve, para não cometermos erros.
Porem, para um país que tem em seu total da população 26% * de alfabetizados plenamente e 68%* da população economicamente ativa considerada analfabetos funcionais, o acordo ortográfico nunca será um empecilho para continuarem na situação que estão.
*Fonte: Pesquisa IBOPE
** morreu há dez anos, em 7 de março de 1999, sem ver entrar em vigor as mudanças ortográficas.(Antonio Houaiss)

Um comentário:

Elsa Filipe disse...

Eu penso que um acordo pode ser importante, mas há tantos anos que comunicamos uns com os outros e nos entendemos sem dificuldade, porquê agora esta preocupação?
Sou portuguesa, mas tenho três irmãos brasileiros que amo muito. Não precisamos de acordo para falar. Falamos diferente, mas é tão bom ver-nos juntos, com as nossas diferenças-